Refúgio no Natal
- Jarbas Hoffimann
- 1 de dez. de 2024
- 2 min de leitura
O feliz Natal está distante da nossa triste realidade. A enxurrada com votos de paz e alegria, a celebração — tudo não tem sentido com a vida. Nosso dia-a-dia é bem outro dos presentes, mesa farta, família reunida, abraços, sorrisos. O que existe é ausência, fome, família dividida, semblantes amargurados. Por isto os sentimentos de frustração, contrariedade e melancolia tão comuns no Natal.
Graças a Deus que sentimos esta tristeza sem explicação. Se estivermos felizes, satisfeitos, realizados, então não precisamos do Natal, então não precisamos do Salvador. E tudo vai ficar só na comida, nos presentes, no papai-noel. E estaremos “felizes” tapando o sol com a peneira.
Precisamos sentir o sufoco no Natal igual à Maria quando visitou sua prima Isabel (Lucas 1.39-45). Estava vulnerável, debilitada, desprovida de cuidados. Sofria o peso da gravidez. Carregava o Natal na barriga. O sentimento de fragilidade obrigou-a por refúgio. Noiva de um carpinteiro e grávida pelo Espírito Santo — quem acreditaria nesta conversa? Até José duvidou, mas o anjo logo desfez o mal entendido. Se ficasse na vila de Nazaré, seria apedrejada. Precisava de um esconderijo. Encontrou na casa de Isabel.
Natal é carregar Jesus no coração. Natal é gravidez gerada por Deus. Isto gera transtornos, dificuldades, cruz. Foi Paulo quem descreveu que a concepção de Deus no coração — a fé — é igual à gestação de uma mulher (Gálatas 4.19). Sofrimento e esperança ao mesmo tempo. O apóstolo, então, reforça:
“Mas a Jerusalém celestial é livre e ela é a nossa mãe” (4.26).
Por isto, no Natal e em cada dia precisamos visitar Isabel. Existe agitação, perigos, ameaças. Onde encontrar refúgio? Onde buscar um lugar sossegado, um ombro amigo, uma casa para nos acolher?
“Procurem e vocês acharão, batam e a porta será aberta para vocês” (Mateus 7.7), responde o Salvador. E assim, Feliz Natal!
Pastor Marcos Schmidt
Igreja Evangélica Luterana do Brasil - Novo Hamburgo, RS
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